quinta-feira, 22 de setembro de 2016

FIO VERMELHO DO DESTINO

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Já ouviu falar da lenda chinesa (também contada no Japão) Akai Ito, ou fio vermelho do destino? 
Conta a lenda que ao nascerem almas gêmeas (e eu tomo a liberdade de entender esse termo como almas irmãs, não apenas "casais"), deuses amarram em seus tornozelos (ou dedinho da mão na versão japonesa) um fio vermelho invisível que as conectam para toda a vida. Esse fio pode embaraçar, mas jamais se romperá. Pessoas conectadas estão destinadas a se encontrarem. De alguma maneira sempre estarão à procura umas das outras.


O site Incrivel.club tem uma ótima vesão: Imagine o sistema circulatório. De todas as possíveis conexões em seu sistema circulatório existe uma direta entre o seu coração e o seu dedo mindinho. Graças à artéria cubital, esses dois pontos distantes de seu corpo se conectam. Isto quer dizer que seu pequeno dedo pode ser o melhor embaixador de seu coração e, por isso, em muitas culturas, para selar uma promessa, entrelaça-se a ponta do dedinho com a de outra pessoa. Segundo a lenda do fio vermelho, o menor dedo de sua mão não é onde acaba essa vital conexão com seu coração. Do dedinho se desprende um invisível fio vermelho que leva o rastro de sua alma e lhe conecta de forma definitiva e profunda com os fios de outras pessoas,ou seja, com os seus corações. Aqueles que estão atados por um fio vermelho estão atados pela força da mesma vida; estão destinados a se encontrar e a viver uma história de mútua aprendizagem e ajuda, sem importar o tempo, a distância ou as circunstâncias que os separem. Durante a vida, o fio pode se estender ou embaralhar, distanciando-nos momentaneamente dessa ou dessas pessoas, mas nunca pode se romper. Nesta concepção da vida, o destino e as relações humanas nascem de uma concepção holística do mundo, onde nossa energia e força vital se ramificam além de nosso corpo e nos une ao universo e aos seres que estão nele. O fio vermelho é uma forma de compreender o ser humano como parte de um todo, de uma rede de vida que se nutre das relações, o dar e o receber, que faz sentido, quando compreendemos por que estamos na vida de alguém ou de que maneira podemos ajudá-lo em seu caminho. Nosso fio marca nosso destino, é um itinerário traçado que nos aproxima de quem mais necessita e de quem mais necessitamos, ainda que na nossa visão não compreendamos o transcurso da existência terrena. Para os japoneses, é uma forma de pensar que nada é produto da sorte e que não somos tão poderosos quando acreditamos que decidimos sobre nossa vida. Valeria então a pena perguntar: Com quem estou vinculado pelo fio vermelho? O que devo aprender com as pessoas que marcaram minha vida?

Independente de acreditarmos ou não nessa ou em outra lenda, a imagem de estarmos conectados por um fio, ainda que invisível, nos remete à nossa mais pura natureza enquanto espécie que coabita e compartilha o Planeta Terra com tantas outras espécies. Somo parte de um sistema dinâmico com elementos que interagem incessantemente, influenciando e sendo influenciados, Pequenas ações têm impacto imprevisível no sistema. Pequenos atos podem gerar grandes mudanças. Vivemos em rede, conectados visível e invisivelmente uns aos outros. 

A música "Todo se transforma" do uruguaio Jorge Drexler retrata bem essas conexões entre pessoas e ações e, de certa forma, fala sobre fluxo e reciprocidade.

Para quem gostou do assunto, tem uma série do Netflix que usa essa lenda como pano de fundo da história, chama-se "Touch" e conta a história de um ex-jornalista que após perder a esposa no atentado de 11 de Setembro, precisa cuidar sozinho de seu filho Jake diagnosticado com autismo desde criança. Ele percebe que seu filho possui um dom especial e consegue enxergar um universo inteiro de conexões, de pessoas que podem e vão tocar a vida uma das outras. A série começa assim: “A proporção é sempre a mesma. 1 para 1.618 repetidamente. Padrões se escondem bem debaixo dos nossos olhos, só é preciso saber onde procurar. Sete bilhões, oitenta milhões e 360 mil pessoas e poucos de nós conseguem enxergar as ligações. Hoje enviaremos 300 bilhões de emails, 19 bilhões de mensagens de texto e, ainda assim, nos sentiremos sós. Uma pessoa comum dirá 2.250 palavras para 7,4 bilhões de pessoas. Estas palavras serão usadas para magoar ou curar a dor? Há um antigo mito chinês sobe o Fio Vermelho do Destino. Diz que os deuses prendem um fio vermelho no tornozelo de cada um de nós e o conectam a todas as pessoas cujas vidas estamos destinados a tocar. Este fio pode esticar-se ou emaranhar-se, mas nunca irá partir.”





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